O mês de abril de 2025 registrou crescimento nas atividades do setor fabricante de máquinas e equipamentos, na comparação mensal, anulando a queda observada no mês de março. Na comparação interanual houve manutenção do desempenho positivo, mas a taxas menores que as observadas até o mês anterior. No mês houve incremento tanto nas vendas internas como externas, mas no ano a indústria de máquinas registrou desempenho positivo somente no mercado doméstico, as exportações continuam registrando queda. As importações de máquinas e equipamentos mantiveram a tendência de crescimento observada nos últimos meses na comparação interanual (+8,5%). Em relação a março houve queda de 1,5%, totalizando US$ 2,6 bilhões. No acumulado do ano, as importações somaram US$ 10,4 bilhões, valor 11,8% superior ao registrado no mesmo período de 2024 e o maior da história para o período. Destaque para o avanço consistente da China. Em 2025, a participação chinesa nas importações saltou para 33%.
Receita líquida de vendas
A indústria brasileira de máquinas e equipamentos registrou desempenho positivo na atividade durante o mês de abril. A receita líquida de vendas atingiu quase R$ 25 bilhões, crescimento de 9,0% em relação a abril de 2024 e de 4,8% em relação a março (com ajuste sazonal) anulando a queda observada naquele mês (-4,7%).
O resultado do mês de abril foi reflexo da melhora da receita tanto no mercado doméstico quanto nas exportação (+6,8 e 1,4% respectivamente). Com estes resultados, no período de janeiro a abril, o setor manteve desempenho positivo (13,4% acima de mesmo período de 2024), favorecido pela base de comparação mais fraca, mas também pelo desempenho favorável do setores menos sensíveis ao aperto da política monetária.
No mercado interno o setor de máquinas e equipamentos movimentou R$ 18,6 bi em abril, 14,7% acima do mesmo mês de 2024 e 6,8% acima do mês anterior, considerando os ajustes sazonais. No acumulado deste ano houve crescimento de 17,1% ante os primeiros quatro meses de 2024, e desaceleração em abril em relação ao mês de março, que registrou crescimento de 17,9%. Esse desempenho confirma as expectativas de crescimento no primeiro semestre. Na segunda metade do ano as previsões são de desaceleração mais intensa, em razão da base de comparação maior – o segundo semestre de 2024 marcou o início da recuperação das receitas de vendas do setor – mas, sobretudo, dos efeitos cumulativos do aperto monetário e de um ambiente macroeconômico mais desafiador.
Exportações
As exportações de máquinas e equipamentos registraram novo crescimento (+1,1%) no mês de abril25 e atingiram US$1,04 bilhão. Embora em recuperação, o setor fabricante de máquinas e equipamentos obteve receita de vendas, oriunda do mercado externo, em nível inferior ao do ano passado. Em abril de 2025 as exportações ficaram em patamar 12,9% abaixo ao do mesmo mês do ano de 2024 (US$ 1,2 bilhão).
Com esse resultado, no ano, o setor acumulou queda de 7,8% quando comparado com mesmo período de 2024. Uma piora em relação ao resultado acumulado até março (-5,7%). O desempenho positivo das exportações no mês de abril atingiu 5 dos 7 grupos setoriais. Dentre os setores, a maior contribuição foi dos fabricantes de máquinas para logística e construção civil.
No ano, a queda de 7,8% foi explicada pela piora nas vendas de máquinas para a indústria de transformação e de componentes. A melhora na ponta do setor fabricante de máquina para logística e construção civil reduziu a sua perda acumulada mas não inverteu a curva da indústria de máquinas.
Importações
As importações de máquinas e equipamentos mantiveram a tendência de crescimento observada nos últimos meses na comparação interanual (+8,5%). Em relação a março houve queda de 1,5%, totalizando US$ 2,6 bilhões. No acumulado do ano, as importações somaram US$ 10,4 bilhões, valor 11,8% superior ao registrado no mesmo período de 2024 e o maior da história para o período.
A queda nos preços médios das máquinas importadas ao longo do ano (-6,8%) anulou parte da desvalorização do Real (16,7%) e viabilizou a maior entrada de máquinas no país (+19,6%).
O desempenho das importações de máquinas e equipamentos do mês de abril reforçou a mudança no perfil das origens das importações, com avanço consistente da China. Em 2025, a participação chinesa saltou para 33%, deixando para trás tradicionais fabricantes de máquinas e equipamentos como os Estados Unidos e a Alemanha ao registrar crescimento de 28% na comparação com os quatro primeiros meses de 2024. Esse reposicionamento revela não apenas uma tendência de longo prazo, mas também o fortalecimento da China como principal polo de fornecimento de máquinas e equipamentos, influenciando diretamente a dinâmica do mercado de bens de capital brasileiro e mundial.
Consumo aparente
O consumo aparente de máquinas e equipamentos registrou crescimento no mês de abril. Em relação ao mês de março o incremento foi de 10%, feitos os ajustes sazonais. Na comparação interanual foi de 16,3% e no acumulado do ano de 21,6%.
Parte importante do crescimento no ano está relacionada ao aumento das importações, que passaram a ocupar 48% do mercado nacional em 2025 ante 46% no
mesmo período de 2024.
Dentre os setores fabricantes de máquinas e equipamentos apenas dois ganharam participação no mercado local em 2025, o fabricante de máquinas para
bens de consumo e o de máquinas para logística e construção civil.
Capacidade instalada e carteira de pedidos
Após expansão no primeiro trimestre do ano, o nível de utilização da capacidade instalada do setor de máquinas e equipamentos estabilizou no mês de abril ao atingir 77,6%, valor 5,1% superior ao do mesmo mês de 2024. Em média o setor atuou com 77% da sua capacidade, 4p.p. acima do valor de 2024 (73%).
A carteira de pedidos expandiu em 3,9% em abril de 2025, anulando parte da queda observada no mês de março (5,2%). O incremento foi quase que generalizado no mês: as maiores taxas de crescimento ocorreram no setor fabricante de máquinas agrícolas (+14,1%) e do setor fabricante de componentes (+6,3%). No ano a carteira de pedidos continua com valor inferior ao registrado em 2024 (-1,5%).