Máquinas  07/04/2025 | Por: Redação

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Boas notícias para máquinas e equipamentos

Mercado interno aquecido puxa crescimento da receita do setor em fevereiro


Em fevereiro, o setor de máquinas e equipamentos registrou crescimento nas receitas domésticas e nas exportações, refletindo continuidade da recuperação. O consumo aparente também registrou crescimento na comparação interanual, e incremento da participação dos bens importados na sua composição, que já se encontrava em patamares elevados. Os dados do primeiro bimestre estão alinhados às expectativas e confirmam a continuidade da recuperação impulsionada pela demanda interna. Há no entanto fatores adversos relacionados às incertezas globais e política monetária interna contracionista que podem comprometer ou interromper essa dinâmica.

Receita líquida de vendas

A receita líquida do setor de máquinas e equipamentos registrou alta, atingindo R$ 22,9 bilhões em fevereiro de 2025 e recuperando parte da perda observada nos últimos anos. Esse resultado positivo teve como influencia o melhor dinamismo do mercado local, sobretudo no que diz respeito à aquisição de bens seriados, e também o mercado externo.
No primeiro bimestre o setor registrou crescimento de 16,9%, após três anos consecutivos de queda. Dentre os mercados compradores se observou melhora na demanda de máquinas para fabricação de bens de consumo, de máquinas para agricultura e de máquinas para construção civil.

No mercado doméstico a receita de R$ 17,9 bi superou tanto a observada em fevereiro de 2024 (13,2%), quanto no mesmo mês de 2023 (3,6%). Em relação a janeiro de 2025 na série com ajuste sazonal, também houve incremento (+2,7%) após o ajuste sazonal. Dentre as atividades domésticas, apenas o setor de infraestrutura registrou queda na comparação interanual.
As exportações medidas em reais também registram variação positiva tanto na comparação mensal quando interanual.
Assim como no mercado doméstico, nas exportações o crescimento interanual também foi quase que generalizado dentre as atividades econômicas. A queda ocorreu apenas nas exportações de máquinas para infraestrutura e indústria de base.

Exportações

No bimestre a queda nas exportações de máquinas e equipamentos em relação ao mesmo período de 2024 não predominou entre todas as atividades do setor. dois dos sete segmentos pesquisados apresentaram elevação e um setor registrou estabilidade.
Dentre os setores com melhor desempenho estavam os fabricantes de máquinas para bens de consumo (+9,5%) e para petróleo (+31,5%). O setor fabricante de máquinas agrícolas viu suas exportações estabilizarem e os setores fabricantes de máquinas para construção (-25,4%), indústria de transformação (-12,3%) e componentes (-10,5%) registraram recuo no período.
As exportações do setor de máquinas e equipamentos totalizaram US$ 870 milhões em fevereiro, representando um crescimento de 7,0% em relação a janeiro e 6,6% na comparação interanual. Destaque-se que fevereiro de 2024 foi o pior mês do ano passado, quando a média mensal de exportações superou US$ 1 bilhão.
O ano de 2025 iniciou com crescimento, mas com desempenho abaixo da média de 2024, indicativo de que o setor enfrenta desafios no mercado externo. No acumulado deste ano o setor acumulou queda de 10%. Mesmo com o registro de queda nos preços médios do primeiro bimestre (-1,6% na comparação com os dois primeiros meses de 2024), o volume dos equipamentos
exportados no período foi 8% inferior ao do mesmo período do ano passado.

Importações

As importações de máquinas e equipamentos encolheram em relação a janeiro de 2025 (-12,5%), mas mantiveram patamar historicamente elevado (US$ 2,4 bilhões), e o valor mais alto para o mês de fevereiro da série iniciada em 1999. No ano as importações de máquinas registraram expansão de 15,2%, resultando também, no maior nível da história.
Em quantidade de máquinas o aumento das importações foi ainda maior (28%). A queda nos preços médios das importações das máquinas no mercado internacional (-10,2%), tem compensado parte da desvalorização da moeda (19,3%).  tornando a disputa no mercado doméstico acirrada.

Consumo aparente

O consumo aparente (resultado da produção direcionada ao mercado doméstico acrescida de importações) de máquinas e equipamentos registrou queda na comparação mensal em fevereiro (-4,4% com ajuste sazonal), mas manteve resultado positivo no comparativo interanual (+18,3%). Esse é o oitavo mês consecutivo de crescimento nessa base de comparação, ampliando a variação acumulada em 12 meses de 3,8% até janeiro passado para 5,5%, até fevereiro. Tal desempenho é reflexo de demanda interna ainda aquecida, apesar da política monetária contracionista.
A preocupação do fabricante nacional está na perda contínua de market share para os produtos importados e em maior escala dos vindos da China.

Capacidade instalada e carteira de pedidos

A melhora da receita líquida de vendas, na comparação interanual, contribuiu para a expansão do uso da capacidade instalada - o resultado no mês foi o maior desde abril de 2023. A indústria de
máquinas e equipamentos encerrou o mês de fevereiro utilizando 77,2% da sua capacidade instalada.
Na carteira média de pedidos, medida em semanas para o seu atendimento, também houve melhora. Este foi o segundo resultado positivo consecutivo, superando assim a carteira de pedidos de fevereiro de 2024 em 2,4%.